As pétalas de cada etapa
Do caule de um amor
Que se foi muito tarde
Antes mesmo de começar.
E o coração banido de si mesmo
É o encontro de duas lacunas
Do seu e do meu caminho
Prestes a começar.
E, no entanto, a lua cheia de graça,
Não apareceu na hora marcada
Perdeu-se o encanto da paixão
E o vinho do sabor, sobrando o amargar.
O lençol tão tímido com seus fios
A cama imensa comigo só
Travesseiros em abundância
E meu corpo sem despertar.
Não passou de alguns momentos
Só as noites sofridas e solitárias
Que sempre me acompanharam,
Todas as vezes que deixei as pétalas caírem bem devagar.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
OCEANIA
A vida nos impõe provas
Nós nos impomos diante das coisas
As incertezas existem para testar
Nossa coragem
Raciocínio
Força
E coração
São os imprevistos que alimentam a vida da gente
Mas é na superação deles que nos tornamos irredutíveis
Você se entrega
Se deixa levar
Até o dia em que a surpresa vem
Como as ondas em ressacas em dia de veraneio
Deságua ali na beira todos os seus medos
Depois retorna ao oceano, fazendo as pazes
E eles se entrelaçam, se unem com mais força
E procriam toda a beleza que o oceano tem.
Pois é, o amor deveras ser assim
Enorme como oceano e suas ondas bravias
Sem começo
Sem meio
Enfim!
Nós nos impomos diante das coisas
As incertezas existem para testar
Nossa coragem
Raciocínio
Força
E coração
São os imprevistos que alimentam a vida da gente
Mas é na superação deles que nos tornamos irredutíveis
Você se entrega
Se deixa levar
Até o dia em que a surpresa vem
Como as ondas em ressacas em dia de veraneio
Deságua ali na beira todos os seus medos
Depois retorna ao oceano, fazendo as pazes
E eles se entrelaçam, se unem com mais força
E procriam toda a beleza que o oceano tem.
Pois é, o amor deveras ser assim
Enorme como oceano e suas ondas bravias
Sem começo
Sem meio
Enfim!
terça-feira, 28 de setembro de 2010
MENSAGEM DA LUA (transgressão ocular)
NÃO!!!
Não sei o que me fez acordar hoje
Mas mesmo assim, evitei olhar através das vidraças
Não sei como está o dia
Não sei como estão meus vizinhos
Mas é assim que funciona cada vez mais
O lobo que persegue, que consome, que digere
As entranhas cadavéricas do teu ego em chamas
Das náuseas provocadas por piadas sem graça
A ironia da humanidade é a descoberta da lua
E vocês pobres terráqueos
Gastou tanto dinheiro e conhecimento
Mas não é capaz de salvar o seu próprio planeta.
Veja quanta gente miserável
Observe! Está tão perto
Só precisa estender o braço
Abrir a mão e afanar aquele coitado
Sujo, faminto, desacreditado, humilhado
Por pessoas como você!
Que estuda tanto para ficar mais burro
Mais hipócrita, intelectualmente ignorante.
Pois perde a maior das sabedorias.
De que você também é podre, fraco e miserável
Assim como aquele que você chamou de vagabundo
Por ter tido coragem de pedir “humildemente” uma esmola na porta do seu carro.
Não sei o que me fez acordar hoje
Mas mesmo assim, evitei olhar através das vidraças
Não sei como está o dia
Não sei como estão meus vizinhos
Mas é assim que funciona cada vez mais
O lobo que persegue, que consome, que digere
As entranhas cadavéricas do teu ego em chamas
Das náuseas provocadas por piadas sem graça
A ironia da humanidade é a descoberta da lua
E vocês pobres terráqueos
Gastou tanto dinheiro e conhecimento
Mas não é capaz de salvar o seu próprio planeta.
Veja quanta gente miserável
Observe! Está tão perto
Só precisa estender o braço
Abrir a mão e afanar aquele coitado
Sujo, faminto, desacreditado, humilhado
Por pessoas como você!
Que estuda tanto para ficar mais burro
Mais hipócrita, intelectualmente ignorante.
Pois perde a maior das sabedorias.
De que você também é podre, fraco e miserável
Assim como aquele que você chamou de vagabundo
Por ter tido coragem de pedir “humildemente” uma esmola na porta do seu carro.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
CONHECER-TE
Numa noite de chuva
Tudo estava resolvido
A festa acabou
A energia esgotara;
Naquele instante em que a noite
Pronunciou a sua chegada.
Os elementos juntaram-se
Fizeram uma artimanha,
Sem ao menos se preocupar
Com quem ali estariam sob seu olhar
Tudo foi encaixando, entrelaçando
Se complicando, se encontrando.
O destino fez de tais corpos
Um intenso playground
E a penumbra, fez enxergar a boca
Que reluzistes sob suas palavras tão sábias.
Desde então, o desconhecido
Tornou-se um grande aliado
Dizendo até, um amigo íntimo
Sem perguntar nome, idade ou endereço
Simplesmente atentando-se em:
Qual o seu grande desejo.
Qualquer que fosse ele, não importava
Somente a intensidade do seu olhar
E a magnitude do seu beijo.
Tudo estava resolvido
A festa acabou
A energia esgotara;
Naquele instante em que a noite
Pronunciou a sua chegada.
Os elementos juntaram-se
Fizeram uma artimanha,
Sem ao menos se preocupar
Com quem ali estariam sob seu olhar
Tudo foi encaixando, entrelaçando
Se complicando, se encontrando.
O destino fez de tais corpos
Um intenso playground
E a penumbra, fez enxergar a boca
Que reluzistes sob suas palavras tão sábias.
Desde então, o desconhecido
Tornou-se um grande aliado
Dizendo até, um amigo íntimo
Sem perguntar nome, idade ou endereço
Simplesmente atentando-se em:
Qual o seu grande desejo.
Qualquer que fosse ele, não importava
Somente a intensidade do seu olhar
E a magnitude do seu beijo.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
O Pintor! de nada.
À sua frente uma tela de algas
Em suas mãos pincéis de penas
Das pombas brancas
Que diariamente fazem-lhe visitas
Sem ultrapassar sua janela
E a cada pouso um pedaço de si fica
Para fazer companhia ao artista solitário
À espera da inspiração
De pintar um belo quadro
Como se compõe uma linda canção.
A criação vem à tona
Numa tarde chuvosa
Pinta uma casa de peixe
Com cores de vento
Que servem para dar movimento,
O aroma das estrelas
Importante este cheiro que clareia
A fragilidade das borboletas
Para texturas de cor violeta
O contorno da gota
Para emudecer a rigidez da pintura
A decomposição dos golfinhos
Para pulsar mais ruídos
A simetria de um tronco
Para desconfigurar o contorno
E o pintor termina a sua mais completa obra,
Ao amanhecer
No exato momento em que acorda.
Em suas mãos pincéis de penas
Das pombas brancas
Que diariamente fazem-lhe visitas
Sem ultrapassar sua janela
E a cada pouso um pedaço de si fica
Para fazer companhia ao artista solitário
À espera da inspiração
De pintar um belo quadro
Como se compõe uma linda canção.
A criação vem à tona
Numa tarde chuvosa
Pinta uma casa de peixe
Com cores de vento
Que servem para dar movimento,
O aroma das estrelas
Importante este cheiro que clareia
A fragilidade das borboletas
Para texturas de cor violeta
O contorno da gota
Para emudecer a rigidez da pintura
A decomposição dos golfinhos
Para pulsar mais ruídos
A simetria de um tronco
Para desconfigurar o contorno
E o pintor termina a sua mais completa obra,
Ao amanhecer
No exato momento em que acorda.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
S.O.S HUMANÓIDES
Não tem porque salvar a Terra,
Sem antes salvar as pessoas.
Deixar que os macacos governem
O que o bicho homem tanto lutou para construir,
A destruição do planeta, sem antes começar POR SÍ PRÓPRIOS.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
A fuga e o Escondedouro: Fases e Facetas de Julietta Damasceno
Parte II (insônia)
Era madrugada, não tão fria como nas habituais estações de inverno. Julietta tinha muita coisa para fazer, muitas outras para pensar. Ela precisava contar com um amigo, exteriorizar todos os seus demônios, estrangular suas angústias, esquecer seus pontos de vista, perder o medo das pessoas. Talvez, pelo menos uma única vez na vida, se apaixonar por alguém, mesmo que esse alguém seja a si própria.
Mas isso são pensamentos que só ocorrem em madrugadas de insônias, pois sempre há o pensamento de que amanhã é outro dia, e tudo isso vai passar, ou o contrário, alguma coisa acontecerá em tua vida medíocre e cheia de medos, talvez herdados de uma outra vida, ou dessa mesma, no processo de sua formação fetal. Não se sabe ao certo, as pessoas simplesmente tem seus traumas, mesmo sem perceber. E o de Julietta são as pessoas, parece que por ela, ao conhecer alguém, adentra profundamente nos olhos, tanto no direito como no globo ocular esquerdo, das pessoas. Parece que ela consegue dialogar com a alma das mesmas, ou a sua própria imaginação desenha certos desconfortos áuricos. Mas ela também consegue ver coisas boas, mas antes de qualquer sentimento, ela se afasta para não ter mais medo de ninguém, ter sempre a lembrança de ter conhecido uma pessoa muito bacana, e só se tem essa lembrança quando não se convive muito tempo com ela.
Outra hipótese, é que Julietta não tem muita paciência de se relacionar, talvez pudesse pular a fase de “se conhecerem melhor”, e ir direto para as questões mais práticas, do tipo, fala logo o seu defeito, porque o que você tem de melhor eu posso ver através do seu perfil no Orkut, no facebook e qualquer outras mídias sociais que a internet disponibiliza. Até porque a decepção ameniza um pouco. Talvez também o fato de, não ter que conquistar a mãe, o pai, o irmão, a irmã, o primo, a melhor amiga de família que estudou com a tia desde a 1ª série etc etc etc. Mas como dizem, faz parte do processo da relação humana de uma sociedade desde os "seus primórdios e até hoje em dia em que o homem ainda faz o que os macacos faziam", a única questão é: Julietta não é normal, e ela não faz a menor questão de ser qualquer coisa, tampouco normal, mediana ou previsível...
Continua...
Era madrugada, não tão fria como nas habituais estações de inverno. Julietta tinha muita coisa para fazer, muitas outras para pensar. Ela precisava contar com um amigo, exteriorizar todos os seus demônios, estrangular suas angústias, esquecer seus pontos de vista, perder o medo das pessoas. Talvez, pelo menos uma única vez na vida, se apaixonar por alguém, mesmo que esse alguém seja a si própria.
Mas isso são pensamentos que só ocorrem em madrugadas de insônias, pois sempre há o pensamento de que amanhã é outro dia, e tudo isso vai passar, ou o contrário, alguma coisa acontecerá em tua vida medíocre e cheia de medos, talvez herdados de uma outra vida, ou dessa mesma, no processo de sua formação fetal. Não se sabe ao certo, as pessoas simplesmente tem seus traumas, mesmo sem perceber. E o de Julietta são as pessoas, parece que por ela, ao conhecer alguém, adentra profundamente nos olhos, tanto no direito como no globo ocular esquerdo, das pessoas. Parece que ela consegue dialogar com a alma das mesmas, ou a sua própria imaginação desenha certos desconfortos áuricos. Mas ela também consegue ver coisas boas, mas antes de qualquer sentimento, ela se afasta para não ter mais medo de ninguém, ter sempre a lembrança de ter conhecido uma pessoa muito bacana, e só se tem essa lembrança quando não se convive muito tempo com ela.
Outra hipótese, é que Julietta não tem muita paciência de se relacionar, talvez pudesse pular a fase de “se conhecerem melhor”, e ir direto para as questões mais práticas, do tipo, fala logo o seu defeito, porque o que você tem de melhor eu posso ver através do seu perfil no Orkut, no facebook e qualquer outras mídias sociais que a internet disponibiliza. Até porque a decepção ameniza um pouco. Talvez também o fato de, não ter que conquistar a mãe, o pai, o irmão, a irmã, o primo, a melhor amiga de família que estudou com a tia desde a 1ª série etc etc etc. Mas como dizem, faz parte do processo da relação humana de uma sociedade desde os "seus primórdios e até hoje em dia em que o homem ainda faz o que os macacos faziam", a única questão é: Julietta não é normal, e ela não faz a menor questão de ser qualquer coisa, tampouco normal, mediana ou previsível...
Continua...
terça-feira, 29 de junho de 2010
A FUGA E O ESCONDEDOURO: Fases e Facetas de Julietta Damasceno
Parte I (o sonho/pesadelo!?!)
Eles estão vindo em minha direção, desgovernados com olhos grandes e esbugalhados. O desespero e o medo lhes acertaram em cheio, as olheiras acopladas em seus rostos pálidos, estão presentes...fortemente perceptíveis.
Uns caindo sobre os outros, sem respeito, sem cavalheirismo perante as moças que também corriam para cá com seus lindos vestidos pisoteados e rasgados, seus penteados desfeitos e ridicularizados pelos puxões dos outros que corriam logo atrás das mesmas.
Suas maquiagens borradas, o lápis preto que contornavam em seus olhos para realçá-los, estavam agora escorrendo sobre suas faces ensopadas de lágrimas salgadas, tornando então um líquido preto que passeavam sobre seus rostos pálidos e indefesos.
Os batons avermelhados sobre seus lábios, eram inertes frente a tantos gritos e xingamentos. A beleza a qual foi calculadamente planejada em suas casas, em seus quartos frente ao espelho, aos poucos se tornou ausente e a beleza do medo e do pavor logo se ascendeu, a sensualidade feminina que o pânico desperta, torna-se interessante quando se analisa a estratégia de salvação. De sair do perigo sem desfazer seus penteados e tampouco borrar suas maquiagens, livrando-se também de quebrar suas unhas fielmente cultivadas, ou arranhar o salto de seus sapatos, os quais foram criteriosamente escolhidos, muito menos os seus vestidos preto ou vermelho que foi selecionado justamente para combinar com o salto de seus sapatos.
E a gargantilha de pérolas que foi presente de um grande amigo de infância que no fundo a deseja em sua cama há muito tempo, ou um presente do marido, que inconscientemente o adotou como um pai, que a quer bem bonita para exibi-la aos colegas de trabalho, talvez algum amante bem sucedido, não descartando a hipótese também de ser uma jóia de família, do tipo da bisavó que passou para a avó que posteriormente foi para a mãe e finalmente para a filha que será mãe de alguém e que provavelmente este “objeto” permanecerá por mais uma geração.
Tanta preocupação de se salvarem intactamente, sem nenhum arranhão, que naquele momento não se dava o menor valor para esses detalhes tão importantes que fazem as mulheres se sentirem realmente mulheres e para que os homens quando as olharem, sentirem desejos de lhes beijarem, tocarem, arrancar-lhes os tais detalhes, estupidamente para a exibição do nu estético e moral, para então enfiar-lhes a sua masculinidade viril, sem se preocuparem com a tal da sensibilidade, porque “homem sensível é veado”. Não generalizando, ainda há aqueles que preferem o fazer amor ao invés de fazer sexo, e distingue o aroma do corpo e a essência da alma.
Os rapazes e homens já feitos na vida naturalmente, pareciam atletas, saltavam, driblavam os objetos e lixos que lhes apareciam no meio da rua, corriam com muita velocidade e tirando suas blusas de lã e seus paletós, arrancavam-lhes a maior e mais importante simbologia fálica de seus pescoços e a jogavam no chão, pode-se entender que, naquele momento toda a sua masculinidade viril não tinha importância alguma, pois não iria ser percebida por absolutamente ninguém, então sua coragem e brutalidade de ser “Homem” vai ao chão, sem nenhum drama ou vergonha. Outros tiravam a camisa, e seus músculos comprados na academia para impressionar as mulheres, ficaram expostos, quanto mais corriam, mais suavam e as gotículas extraídas de seus próprios corpos escorriam sobre seus peitos malhados e sensuais. Os pêlos de suas barrigas já umedecidos pelo esforço tão grande de se locomoverem. Os topetes estavam agora desfeitos e seus cabelos molhados, era notável a cor vermelha em seus peitos molhados, isso mesmo, o vermelho, a cor do poder por ser mais forte, a cor da pressa, a cor da sensualidade, a cor quente,do sexo, a cor do fast food, a cor que participa da escala RGB na composição das cores, a cor primária, a cor da guerra, entre outras coisas, a cor da delicada mulher, do ciclo feminino.
Nos olhos desesperados, gritavam a mãe, a Super Mãe para lhes salvar, tirar-lhes dali, e se enfiarem por de baixo das saias da mamãe, num eterno globo de luz.
Enquanto toda essa euforia se sucedia à minha frente, eu por minha vez ficava ali, intacta, incomunicável, e meu coração fraco e gélido não conseguia se sensibilizar com a tal situação. Eles gritavam, suplicavam por ajuda, outros já nervosos e revoltados,xingavam e destruíam tudo ao seu redor.
O dia estava nublado e logo em seguida começou a chover, uma forte chuva já se derramava, mas eu não conseguia sentir a chuva sobre meu corpo mórbido e anestesiado não sei de quê. Meu cérebro não correspondia a situação conflitante do meu externo e tudo estava tão devagar, silencioso, não ouvia as pessoas nitidamente, não estava com medo, não sentia isso, não sentia nada. Pois a única coisa que eu sentia era de estar envolvida por um eterno globo de luz, branco e pacífico, como se eu estivesse debaixo da saia da mamãe.
Eles estão vindo em minha direção, desgovernados com olhos grandes e esbugalhados. O desespero e o medo lhes acertaram em cheio, as olheiras acopladas em seus rostos pálidos, estão presentes...fortemente perceptíveis.
Uns caindo sobre os outros, sem respeito, sem cavalheirismo perante as moças que também corriam para cá com seus lindos vestidos pisoteados e rasgados, seus penteados desfeitos e ridicularizados pelos puxões dos outros que corriam logo atrás das mesmas.
Suas maquiagens borradas, o lápis preto que contornavam em seus olhos para realçá-los, estavam agora escorrendo sobre suas faces ensopadas de lágrimas salgadas, tornando então um líquido preto que passeavam sobre seus rostos pálidos e indefesos.
Os batons avermelhados sobre seus lábios, eram inertes frente a tantos gritos e xingamentos. A beleza a qual foi calculadamente planejada em suas casas, em seus quartos frente ao espelho, aos poucos se tornou ausente e a beleza do medo e do pavor logo se ascendeu, a sensualidade feminina que o pânico desperta, torna-se interessante quando se analisa a estratégia de salvação. De sair do perigo sem desfazer seus penteados e tampouco borrar suas maquiagens, livrando-se também de quebrar suas unhas fielmente cultivadas, ou arranhar o salto de seus sapatos, os quais foram criteriosamente escolhidos, muito menos os seus vestidos preto ou vermelho que foi selecionado justamente para combinar com o salto de seus sapatos.
E a gargantilha de pérolas que foi presente de um grande amigo de infância que no fundo a deseja em sua cama há muito tempo, ou um presente do marido, que inconscientemente o adotou como um pai, que a quer bem bonita para exibi-la aos colegas de trabalho, talvez algum amante bem sucedido, não descartando a hipótese também de ser uma jóia de família, do tipo da bisavó que passou para a avó que posteriormente foi para a mãe e finalmente para a filha que será mãe de alguém e que provavelmente este “objeto” permanecerá por mais uma geração.
Tanta preocupação de se salvarem intactamente, sem nenhum arranhão, que naquele momento não se dava o menor valor para esses detalhes tão importantes que fazem as mulheres se sentirem realmente mulheres e para que os homens quando as olharem, sentirem desejos de lhes beijarem, tocarem, arrancar-lhes os tais detalhes, estupidamente para a exibição do nu estético e moral, para então enfiar-lhes a sua masculinidade viril, sem se preocuparem com a tal da sensibilidade, porque “homem sensível é veado”. Não generalizando, ainda há aqueles que preferem o fazer amor ao invés de fazer sexo, e distingue o aroma do corpo e a essência da alma.
Os rapazes e homens já feitos na vida naturalmente, pareciam atletas, saltavam, driblavam os objetos e lixos que lhes apareciam no meio da rua, corriam com muita velocidade e tirando suas blusas de lã e seus paletós, arrancavam-lhes a maior e mais importante simbologia fálica de seus pescoços e a jogavam no chão, pode-se entender que, naquele momento toda a sua masculinidade viril não tinha importância alguma, pois não iria ser percebida por absolutamente ninguém, então sua coragem e brutalidade de ser “Homem” vai ao chão, sem nenhum drama ou vergonha. Outros tiravam a camisa, e seus músculos comprados na academia para impressionar as mulheres, ficaram expostos, quanto mais corriam, mais suavam e as gotículas extraídas de seus próprios corpos escorriam sobre seus peitos malhados e sensuais. Os pêlos de suas barrigas já umedecidos pelo esforço tão grande de se locomoverem. Os topetes estavam agora desfeitos e seus cabelos molhados, era notável a cor vermelha em seus peitos molhados, isso mesmo, o vermelho, a cor do poder por ser mais forte, a cor da pressa, a cor da sensualidade, a cor quente,do sexo, a cor do fast food, a cor que participa da escala RGB na composição das cores, a cor primária, a cor da guerra, entre outras coisas, a cor da delicada mulher, do ciclo feminino.
Nos olhos desesperados, gritavam a mãe, a Super Mãe para lhes salvar, tirar-lhes dali, e se enfiarem por de baixo das saias da mamãe, num eterno globo de luz.
Enquanto toda essa euforia se sucedia à minha frente, eu por minha vez ficava ali, intacta, incomunicável, e meu coração fraco e gélido não conseguia se sensibilizar com a tal situação. Eles gritavam, suplicavam por ajuda, outros já nervosos e revoltados,xingavam e destruíam tudo ao seu redor.
O dia estava nublado e logo em seguida começou a chover, uma forte chuva já se derramava, mas eu não conseguia sentir a chuva sobre meu corpo mórbido e anestesiado não sei de quê. Meu cérebro não correspondia a situação conflitante do meu externo e tudo estava tão devagar, silencioso, não ouvia as pessoas nitidamente, não estava com medo, não sentia isso, não sentia nada. Pois a única coisa que eu sentia era de estar envolvida por um eterno globo de luz, branco e pacífico, como se eu estivesse debaixo da saia da mamãe.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
OSCILAR NO TEMPO
Respira o ar lentamente
Entre as folhagens e as dimensões
Sinta o sol percorrer-te ardentemente
Sobre a alma, o sangue e as vibrações.
Perceba o olhar do gavião lá de longe
Te observando
Te sentindo
Te encorajando
A ficar mais leve no seu repousar
Sentindo a adrenalina do leve pulsar
E quando por fim resolver despertar
Que seja atrás da colina depois do infinito
Oscilando o real imaginário e a verdadeira fantasia
Esperando as horas perpassarem por entre os pensamentos
Ansiosamente tornando eterno esse momento
E por fim acordar num mero congestionamento
Atrasando o que fazer em menos de um dia inteiro.
Entre as folhagens e as dimensões
Sinta o sol percorrer-te ardentemente
Sobre a alma, o sangue e as vibrações.
Perceba o olhar do gavião lá de longe
Te observando
Te sentindo
Te encorajando
A ficar mais leve no seu repousar
Sentindo a adrenalina do leve pulsar
E quando por fim resolver despertar
Que seja atrás da colina depois do infinito
Oscilando o real imaginário e a verdadeira fantasia
Esperando as horas perpassarem por entre os pensamentos
Ansiosamente tornando eterno esse momento
E por fim acordar num mero congestionamento
Atrasando o que fazer em menos de um dia inteiro.
terça-feira, 15 de junho de 2010
A PELE D'ALMA
Veja que encantamento sublime
O ovário que resiste
A flor que suprime
O que de mais belo existe
Madrepérola rústica no meu semblante
Perpetue a beleza incompreendida
A segurança do indeciso
O se curvar da vossa alteza
Aos seus servos mal sucedidos
Da mudança jusante e incoerente
Linda nuvem que passeia
Transforma-te a todo instante
Dialoga freqüentemente
Atende a loucura que todos têm na pele d’alma
Transigindo um momento áurico e realístico
Concede a infrutescência que apropinquarão
Os corpos lúdicos que reluzistes
Ao despir a moralidade de sua essência freneticamente
E S T Ú P I D A
Simplesmente humana,
falha,
arrogante,
e assustada! (Aline Gaia)
O ovário que resiste
A flor que suprime
O que de mais belo existe
Madrepérola rústica no meu semblante
Perpetue a beleza incompreendida
A segurança do indeciso
O se curvar da vossa alteza
Aos seus servos mal sucedidos
Da mudança jusante e incoerente
Linda nuvem que passeia
Transforma-te a todo instante
Dialoga freqüentemente
Atende a loucura que todos têm na pele d’alma
Transigindo um momento áurico e realístico
Concede a infrutescência que apropinquarão
Os corpos lúdicos que reluzistes
Ao despir a moralidade de sua essência freneticamente
E S T Ú P I D A
Simplesmente humana,
falha,
arrogante,
e assustada! (Aline Gaia)
sexta-feira, 11 de junho de 2010
PraVc (Versão dos Diretores)
PraVc retrata o caos em que vivemos no mundo atual de uma forma dinâmica e visceral. Uma poesia urbana sobre a violência e o desrespeito. Questiona a falta de caratér da sociedade atual, o desprezo relacionado a preservação ambiental.
Nas simples questões cotidianas vivemos o caos pela falta de atitudes positivas indíviduais que reflitam no Macro.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Cerco
Quais os olhos que me cercam?
Vendo em mim o brilho que não tenho
Quantas verdades me atestam?
Inventadas de onde venho
Eu paro sempre no ponto errado
Assim não agradeço cada passo
Eu beijo sozinho enquanto durmo
Namorando meu tempo escasso
Um dia serei só um invento
De uma mente que não poderei mais controlar
Um dia me tornarei um tormento
Aí sim… Quero ver se irão me cercar. ( Rodrigo Viegas)
terça-feira, 8 de junho de 2010
Ah... se... mas, é.
Se ela fosse uma estrela
Faria o possível para tocar
Mas, no entanto, só tenho à observar;
Se ela fosse um semáforo
Não esperaria o sinal verde para avançar
Mas está tudo vermelho, não consigo alcançar;
Se ela fosse um chocolate
Não perderia tempo tirando a embalagem para degustar
Só que está na vitrine da padaria e não tenho como pagar para tê-la;
Se ela fosse uma música
Daria logo um jeito para ouvir
Sem ao menos ser lançada, ia baixar
Mas o problema é que não sei nem a letra
E começo a entender que ela está tão longe…
Eu sei, está longe até mesmo do fim
Está longe da guerra
Longe de você
Longe de mim.
Ela me disse num sonho alucinógeno
Me disse que não me entende
E eu perguntei: Por quê?
E não soube me responder
Caminhos profundos
Ser no obscuro
Medo do mundo
De você e de tudo
Que lhe cause medo
De ser, de sentir
De se fazer existir
Que seja por um segundo.
Ah Paz!
Covarde
Por quê você não vem
E enfrentar esses homens sujos
Os fazedores da guerra
Do mundo sem escrúpulos
Eu militaria com você
Se fosse tão corajosa
Quanto a minha vontade de lhe sentir. (Aline Gaia-2009)
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Lhe Pertencer
O que fizeste por merecer
Como se sente ao acordar
E de repente lhe perceber
Se auto encarar
Pela singela fresta do coração
Que de tanto desprezo por si mesmo agüentar
Se jogar nos encantos da solidão.
Sentir-se feliz por ter ninguém para amar
Somente dia-a-dia se preocupar em despertar
Sair de dentro do seu frágil ser
A explosão dos coágulos que se jogam no abismo
A sensação do momento nostálgico
Do vazio
Da penumbra
O equilíbrio
A estranha ferrugem
O “eu desisto”.
Entender-te
Oh alma nobre
É impossível, pela sua abstrata grandeza
Rainha que sofre
Não entende a magnitude de sua beleza
Tu que imperaste mais que o teu próprio rei
Alma minha que retorne para o seu lar
Que aqueça o meu ser
E então faça perpetuar
Sinta o seu poder
Volte a governar
O meu estado viver!
Como se sente ao acordar
E de repente lhe perceber
Se auto encarar
Pela singela fresta do coração
Que de tanto desprezo por si mesmo agüentar
Se jogar nos encantos da solidão.
Sentir-se feliz por ter ninguém para amar
Somente dia-a-dia se preocupar em despertar
Sair de dentro do seu frágil ser
A explosão dos coágulos que se jogam no abismo
A sensação do momento nostálgico
Do vazio
Da penumbra
O equilíbrio
A estranha ferrugem
O “eu desisto”.
Entender-te
Oh alma nobre
É impossível, pela sua abstrata grandeza
Rainha que sofre
Não entende a magnitude de sua beleza
Tu que imperaste mais que o teu próprio rei
Alma minha que retorne para o seu lar
Que aqueça o meu ser
E então faça perpetuar
Sinta o seu poder
Volte a governar
O meu estado viver!
segunda-feira, 31 de maio de 2010
POESIA NA TARDE DE OUTONO
A poesia não se explica
A gente sente
As metáforas da brisa
Do sentimento pungente
Que não se explica
Da folha de outono que cai levemente
No soprar da vida!
A gente sente
As metáforas da brisa
Do sentimento pungente
Que não se explica
Da folha de outono que cai levemente
No soprar da vida!
domingo, 30 de maio de 2010
"SEJA-TE"
Vista-me as entranhas audaciosas
Com sensações desconfortantes
De surrar o que se faz de correto
O que desperta tudo que é ridículo e sincero
Humanize-me, com sentimento de guerra
A vontade de se dominar toda a parte
No momento de esquecer minha própria incapacidade
De dominar a mim mesmo e meus próprios sentimentos
Fazer crescer vontades e desejos
Aniquilar todo tipo de pensamento
Adentrar no universo do declínio
Enlouquecer no firmamento
Com meus gritos silenciosamente protestantes
Pelas ruas e vielas vou adiante
Sinto muito em lhe dizer
A sua boa vontade nesse planeta
Não é o bastante
Não alimenta
A expectativa daquele que te domina
É sempre te ter exatamente onde você está
E nunca mais ter que procurar outro idiota
Para compor o seu lugar
Você se coloca na posição de aprendiz
E no entanto, sempre se pergunta
O que de importante nessa vida eu fiz?
E espera que outro te diga porque você existe
Para que você presta
O que lhe interessa?
Talvez um pouco de arrogância
Te propicia mais auto confiança e lhe concede certas respostas
Mas não importa, pois nada do que você fizer
Despertará a pureza que um dia fazia parte de você
Quando tinha o sublime poder de voar na fantasia de ser,
Um passaro, uma pipa, uma borboleta
Ou a figura mais real que te traduza incognitivamente:
Você ... "seja-te" sempre e sinta suas próprias dores
Porque a sua alegria sempre terá o mundo inteiro
Querendo uma parte dela.
Ao despertar no calabouço
Ao abrir portas e janelas!
Com sensações desconfortantes
De surrar o que se faz de correto
O que desperta tudo que é ridículo e sincero
Humanize-me, com sentimento de guerra
A vontade de se dominar toda a parte
No momento de esquecer minha própria incapacidade
De dominar a mim mesmo e meus próprios sentimentos
Fazer crescer vontades e desejos
Aniquilar todo tipo de pensamento
Adentrar no universo do declínio
Enlouquecer no firmamento
Com meus gritos silenciosamente protestantes
Pelas ruas e vielas vou adiante
Sinto muito em lhe dizer
A sua boa vontade nesse planeta
Não é o bastante
Não alimenta
A expectativa daquele que te domina
É sempre te ter exatamente onde você está
E nunca mais ter que procurar outro idiota
Para compor o seu lugar
Você se coloca na posição de aprendiz
E no entanto, sempre se pergunta
O que de importante nessa vida eu fiz?
E espera que outro te diga porque você existe
Para que você presta
O que lhe interessa?
Talvez um pouco de arrogância
Te propicia mais auto confiança e lhe concede certas respostas
Mas não importa, pois nada do que você fizer
Despertará a pureza que um dia fazia parte de você
Quando tinha o sublime poder de voar na fantasia de ser,
Um passaro, uma pipa, uma borboleta
Ou a figura mais real que te traduza incognitivamente:
Você ... "seja-te" sempre e sinta suas próprias dores
Porque a sua alegria sempre terá o mundo inteiro
Querendo uma parte dela.
Ao despertar no calabouço
Ao abrir portas e janelas!
domingo, 2 de maio de 2010
DIÁRIO DA DONA DA BOCA VERMELHA
A boca que encanta
No canto do ouvido
Os lábios vermelhos da moça
Que encosta no umbigo
Do homem em busca de alguém,
Que não só por sexo gasta seu dinheiro
Mas também por um ombro amigo.
O que escorre da boca
É o desejo contido
De afanar os cabelos
Daquele galante vadio.
Mas tem que ter ética agora
Pois não é ele não
É um pobre coitado na fila
Em busca de diversão.
Gasta todo seu salário
Pela boca vermelha da moça
Que em meio de tantas bocas
Se perdem em poucos beijos
Com esse alguém desconsolado
Por pagar para ser tocado
E o sexo que se paga
Tem que ser bem feito
Não importa a boca vermelha.
Quem é o seu patrão?
São todos os outros;
Que pagam para ter sempre razão
Do meu ser, do meu corpo e do meu tesão.
(Aline Gaia dedica essa poesia para as mulheres que nasceram p/ satisfazer os homens -ou não- das outras. Frisando, a profissão mais antiga do mundo, sem um pingo de respeito, nem mesmo dos que dela usufruem).
quinta-feira, 8 de abril de 2010
O ENCONTRO DAS LÍNGUAS MALDITAS
ELA veio primeiro, cheia de idéias legais
ELE chegou silenciosamente, mas logo impactou o mundo
ELA roteirizou o amor
ELE se mostrou não tão convencido disso
ELA está ficando velha
ELE de tempos em tempos rejuvenesce
ELA faz o caos ficar belo
ELE faz o belo ficar lindo e feio, ridículo
ELA tem medo de errar
ELE vive de erros, aliás do improviso ele veio
ELA está sempre gostando de alguém
ELE está sempre odiando e denunciando, por isso é tão amado
ELA dentro dele nasce o encanto e a paixão
ELE sobre ela procria com emoção a criação
Pois ela sem ele não tem distorção
E ele sem ela não temm sessão!
(O cinema e a poesia, o mais tenso dos casamentos)
ELE chegou silenciosamente, mas logo impactou o mundo
ELA roteirizou o amor
ELE se mostrou não tão convencido disso
ELA está ficando velha
ELE de tempos em tempos rejuvenesce
ELA faz o caos ficar belo
ELE faz o belo ficar lindo e feio, ridículo
ELA tem medo de errar
ELE vive de erros, aliás do improviso ele veio
ELA está sempre gostando de alguém
ELE está sempre odiando e denunciando, por isso é tão amado
ELA dentro dele nasce o encanto e a paixão
ELE sobre ela procria com emoção a criação
Pois ela sem ele não tem distorção
E ele sem ela não temm sessão!
(O cinema e a poesia, o mais tenso dos casamentos)
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