segunda-feira, 15 de novembro de 2010

AMÁLGAMA 'seando'

As pétalas de cada etapa

Do caule de um amor

Que se foi muito tarde

Antes mesmo de começar.

E o coração banido de si mesmo

É o encontro de duas lacunas

Do seu e do meu caminho

Prestes a começar.

E, no entanto, a lua cheia de graça,

Não apareceu na hora marcada

Perdeu-se o encanto da paixão

E o vinho do sabor, sobrando o amargar.

O lençol tão tímido com seus fios

A cama imensa comigo só

Travesseiros em abundância

E meu corpo sem despertar.

Não passou de alguns momentos

Só as noites sofridas e solitárias

Que sempre me acompanharam,

Todas as vezes que deixei as pétalas caírem bem devagar.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

OCEANIA

A vida nos impõe provas


Nós nos impomos diante das coisas

As incertezas existem para testar

Nossa coragem

Raciocínio

Força

E coração

São os imprevistos que alimentam a vida da gente

Mas é na superação deles que nos tornamos irredutíveis

Você se entrega

Se deixa levar

Até o dia em que a surpresa vem

Como as ondas em ressacas em dia de veraneio

Deságua ali na beira todos os seus medos  

Depois retorna ao oceano, fazendo as pazes

E eles se entrelaçam, se unem com mais força

E procriam toda a beleza que o oceano tem.

Pois é, o amor deveras ser assim

Enorme como oceano e suas ondas bravias

Sem começo

Sem meio

Enfim!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

MENSAGEM DA LUA (transgressão ocular)

NÃO!!!


Não sei o que me fez acordar hoje

Mas mesmo assim, evitei olhar através das vidraças

Não sei como está o dia

Não sei como estão meus vizinhos

Mas é assim que funciona cada vez mais

O lobo que persegue, que consome, que digere

As entranhas cadavéricas do teu ego em chamas

Das náuseas provocadas por piadas sem graça

A ironia da humanidade é a descoberta da lua

E vocês pobres terráqueos

Gastou tanto dinheiro e conhecimento

Mas não é capaz de salvar o seu próprio planeta.

Veja quanta gente miserável

Observe! Está tão perto

Só precisa estender o braço

Abrir a mão e afanar aquele coitado

Sujo, faminto, desacreditado, humilhado

Por pessoas como você!

Que estuda tanto para ficar mais burro

Mais hipócrita, intelectualmente ignorante.

Pois perde a maior das sabedorias.

De que você também é podre, fraco e miserável

Assim como aquele que você chamou de vagabundo

Por ter tido coragem de pedir “humildemente” uma esmola na porta do seu carro.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

CONHECER-TE

Numa noite de chuva


Tudo estava resolvido

A festa acabou

A energia esgotara;

Naquele instante em que a noite

Pronunciou a sua chegada.

Os elementos juntaram-se

Fizeram uma artimanha,

Sem ao menos se preocupar

Com quem ali estariam sob seu olhar

Tudo foi encaixando, entrelaçando

Se complicando, se encontrando.

O destino fez de tais corpos

Um intenso playground

E a penumbra, fez enxergar a boca

Que reluzistes sob suas palavras tão sábias.

Desde então, o desconhecido

Tornou-se um grande aliado

Dizendo até, um amigo íntimo

Sem perguntar nome, idade ou endereço

Simplesmente atentando-se em:

Qual o seu grande desejo.

Qualquer que fosse ele, não importava

Somente a intensidade do seu olhar

E a magnitude do seu beijo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Pintor! de nada.

À sua frente uma tela de algas


Em suas mãos pincéis de penas

Das pombas brancas

Que diariamente fazem-lhe visitas

Sem ultrapassar sua janela

E a cada pouso um pedaço de si fica

Para fazer companhia ao artista solitário

À espera da inspiração

De pintar um belo quadro

Como se compõe uma linda canção.

A criação vem à tona

Numa tarde chuvosa

Pinta uma casa de peixe

Com cores de vento

Que servem para dar movimento,

O aroma das estrelas

Importante este cheiro que clareia

A fragilidade das borboletas

Para texturas de cor violeta

O contorno da gota

Para emudecer a rigidez da pintura

A decomposição dos golfinhos

Para pulsar mais ruídos

A simetria de um tronco

Para desconfigurar o contorno

E o pintor termina a sua mais completa obra,

Ao amanhecer

No exato momento em que acorda.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

S.O.S HUMANÓIDES

Não tem porque salvar a Terra,
Sem antes salvar as pessoas.
Se o amor puro não mais adianta,
Deixar que os macacos governem
       O que o bicho homem tanto lutou para construir,
A destruição do planeta, sem antes começar POR SÍ PRÓPRIOS.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Você pode estar num mar de gente e ninguém te dá bom dia


Mas esse vai até a margem p/ te tocar e então, assim como o amor bandido, faz envolver-te em orgásticas nostalgias.
Depois vai embora...mas sempre volta!

domingo, 4 de julho de 2010

A fuga e o Escondedouro: Fases e Facetas de Julietta Damasceno

Parte II (insônia)

       Era madrugada, não tão fria como nas habituais estações de inverno. Julietta tinha muita coisa para fazer, muitas outras para pensar. Ela precisava contar com um amigo, exteriorizar todos os seus demônios, estrangular suas angústias, esquecer seus pontos de vista, perder o medo das pessoas. Talvez, pelo menos uma única vez na vida, se apaixonar por alguém, mesmo que esse alguém seja a si própria.

       Mas isso são pensamentos que só ocorrem em madrugadas de insônias, pois sempre há o pensamento de que amanhã é outro dia, e tudo isso vai passar, ou o contrário, alguma coisa acontecerá em tua vida medíocre e cheia de medos, talvez herdados de uma outra vida, ou dessa mesma, no processo de sua formação fetal. Não se sabe ao certo, as pessoas simplesmente tem seus traumas, mesmo sem perceber. E o de Julietta são as pessoas, parece que por ela, ao conhecer alguém, adentra profundamente nos olhos, tanto no direito como no globo ocular esquerdo, das pessoas. Parece que ela consegue dialogar com a alma das mesmas, ou a sua própria imaginação desenha certos desconfortos áuricos. Mas ela também consegue ver coisas boas, mas antes de qualquer sentimento, ela se afasta para não ter mais medo de ninguém, ter sempre a lembrança de ter conhecido uma pessoa muito bacana, e só se tem essa lembrança quando não se convive muito tempo com ela.

       Outra hipótese, é que Julietta não tem muita paciência de se relacionar, talvez pudesse pular a fase de “se conhecerem melhor”, e ir direto para as questões mais práticas, do tipo, fala logo o seu defeito, porque o que você tem de melhor eu posso ver através do seu perfil no Orkut, no facebook e qualquer outras mídias sociais que a internet disponibiliza. Até porque a decepção ameniza um pouco. Talvez também o fato de, não ter que conquistar a mãe, o pai, o irmão, a irmã, o primo, a melhor amiga de família que estudou com a tia desde a 1ª série etc etc etc. Mas como dizem, faz parte do processo da relação humana de uma sociedade desde os "seus primórdios e até hoje em dia em que o homem ainda faz o que os macacos faziam", a única questão é: Julietta não é normal, e ela não faz a menor questão de ser qualquer coisa, tampouco normal, mediana ou previsível...



Continua...

terça-feira, 29 de junho de 2010

A FUGA E O ESCONDEDOURO: Fases e Facetas de Julietta Damasceno

       Parte I (o sonho/pesadelo!?!)

       Eles estão vindo em minha direção, desgovernados com olhos grandes e esbugalhados. O desespero e o medo lhes acertaram em cheio, as olheiras acopladas em seus rostos pálidos, estão presentes...fortemente perceptíveis.
       Uns caindo sobre os outros, sem respeito, sem cavalheirismo perante as moças que também corriam para cá com seus lindos vestidos pisoteados e rasgados, seus penteados desfeitos e ridicularizados pelos puxões dos outros que corriam logo atrás das mesmas.
       Suas maquiagens borradas, o lápis preto que contornavam em seus olhos para realçá-los, estavam agora escorrendo sobre suas faces ensopadas de lágrimas salgadas, tornando então um líquido preto que passeavam sobre seus rostos pálidos e indefesos.
       Os batons avermelhados sobre seus lábios, eram inertes frente a tantos gritos e xingamentos. A beleza a qual foi calculadamente planejada em suas casas, em seus quartos frente ao espelho, aos poucos se tornou ausente e a beleza do medo e do pavor logo se ascendeu, a sensualidade feminina que o pânico desperta, torna-se interessante quando se analisa a estratégia de salvação. De sair do perigo sem desfazer seus penteados e tampouco borrar suas maquiagens, livrando-se também de quebrar suas unhas fielmente cultivadas, ou arranhar o salto de seus sapatos, os quais foram criteriosamente escolhidos, muito menos os seus vestidos preto ou vermelho que foi selecionado justamente para combinar com o salto de seus sapatos.
       E a gargantilha de pérolas que foi presente de um grande amigo de infância que no fundo a deseja em sua cama há muito tempo, ou um presente do marido, que inconscientemente o adotou como um pai, que a quer bem bonita para exibi-la aos colegas de trabalho, talvez algum amante bem sucedido, não descartando a hipótese também de ser uma jóia de família, do tipo da bisavó que passou para a avó que posteriormente foi para a mãe e finalmente para a filha que será mãe de alguém e que provavelmente este “objeto” permanecerá por mais uma geração.
       Tanta preocupação de se salvarem intactamente, sem nenhum arranhão, que naquele momento não se dava o menor valor para esses detalhes tão importantes que fazem as mulheres se sentirem realmente mulheres e para que os homens quando as olharem, sentirem desejos de lhes beijarem, tocarem, arrancar-lhes os tais detalhes, estupidamente para a exibição do nu estético e moral, para então enfiar-lhes a sua masculinidade viril, sem se preocuparem com a tal da sensibilidade, porque “homem sensível é veado”. Não generalizando, ainda há aqueles que preferem o fazer amor ao invés de fazer sexo, e distingue o aroma do corpo e a essência da alma.
       Os rapazes e homens já feitos na vida naturalmente, pareciam atletas, saltavam, driblavam os objetos e lixos que lhes apareciam no meio da rua, corriam com muita velocidade e tirando suas blusas de lã e seus paletós, arrancavam-lhes a maior e mais importante simbologia fálica de seus pescoços e a jogavam no chão, pode-se entender que, naquele momento toda a sua masculinidade viril não tinha importância alguma, pois não iria ser percebida por absolutamente ninguém, então sua coragem e brutalidade de ser “Homem” vai ao chão, sem nenhum drama ou vergonha. Outros tiravam a camisa, e seus músculos comprados na academia para impressionar as mulheres, ficaram expostos, quanto mais corriam, mais suavam e as gotículas extraídas de seus próprios corpos escorriam sobre seus peitos malhados e sensuais. Os pêlos de suas barrigas já umedecidos pelo esforço tão grande de se locomoverem. Os topetes estavam agora desfeitos e seus cabelos molhados, era notável a cor vermelha em seus peitos molhados, isso mesmo, o vermelho, a cor do poder por ser mais forte, a cor da pressa, a cor da sensualidade, a cor quente,do sexo, a cor do fast food, a cor que participa da escala RGB na composição das cores, a cor primária, a cor da guerra, entre outras coisas, a cor da delicada mulher, do ciclo feminino.
       Nos olhos desesperados, gritavam a mãe, a Super Mãe para lhes salvar, tirar-lhes dali, e se enfiarem por de baixo das saias da mamãe, num eterno globo de luz.
       Enquanto toda essa euforia se sucedia à minha frente, eu por minha vez ficava ali, intacta, incomunicável, e meu coração fraco e gélido não conseguia se sensibilizar com a tal situação. Eles gritavam, suplicavam por ajuda, outros já nervosos e revoltados,xingavam e destruíam tudo ao seu redor.
       O dia estava nublado e logo em seguida começou a chover, uma forte chuva já se derramava, mas eu não conseguia sentir a chuva sobre meu corpo mórbido e anestesiado não sei de quê. Meu cérebro não correspondia a situação conflitante do meu externo e tudo estava tão devagar, silencioso, não ouvia as pessoas nitidamente, não estava com medo, não sentia isso, não sentia nada. Pois a única coisa que eu sentia era de estar envolvida por um eterno globo de luz, branco e pacífico, como se eu estivesse debaixo da saia da mamãe.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

OSCILAR NO TEMPO

Respira o ar lentamente


Entre as folhagens e as dimensões

Sinta o sol percorrer-te ardentemente                                 

Sobre a alma, o sangue e as vibrações.

Perceba o olhar do gavião lá de longe

Te observando

Te sentindo

Te encorajando

A ficar mais leve no seu repousar

Sentindo a adrenalina do leve pulsar

E quando por fim resolver despertar

Que seja atrás da colina depois do infinito

Oscilando o real imaginário e a verdadeira fantasia

Esperando as horas perpassarem por entre os pensamentos

Ansiosamente tornando eterno esse momento

E por fim acordar num mero congestionamento

Atrasando o que fazer em menos de um dia inteiro.

terça-feira, 15 de junho de 2010

A PELE D'ALMA

Veja que encantamento sublime

O ovário que resiste

A flor que suprime

O que de mais belo existe

Madrepérola rústica no meu semblante

Perpetue a beleza incompreendida

A segurança do indeciso

O se curvar da vossa alteza

Aos seus servos mal sucedidos

Da mudança jusante e incoerente

Linda nuvem que passeia

Transforma-te a todo instante

Dialoga freqüentemente

Atende a loucura que todos têm na pele d’alma

Transigindo um momento áurico e realístico

Concede a infrutescência que apropinquarão

Os corpos lúdicos que reluzistes

Ao despir a moralidade de sua essência freneticamente

E S T Ú P I D A

Simplesmente humana,

falha,

arrogante,

e assustada!  (Aline Gaia)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

PraVc (Versão dos Diretores)



PraVc retrata o caos em que vivemos no mundo atual de uma forma dinâmica e visceral. Uma poesia urbana sobre a violência e o desrespeito. Questiona a falta de caratér da sociedade atual, o desprezo relacionado a preservação ambiental.

Nas simples questões cotidianas vivemos o caos pela falta de atitudes positivas indíviduais que reflitam no Macro.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cerco




Quais os olhos que me cercam?


Vendo em mim o brilho que não tenho

Quantas verdades me atestam?

Inventadas de onde venho

Eu paro sempre no ponto errado

Assim não agradeço cada passo

Eu beijo sozinho enquanto durmo

Namorando meu tempo escasso

Um dia serei só um invento

De uma mente que não poderei mais controlar

Um dia me tornarei um tormento

Aí sim… Quero ver se irão me cercar. ( Rodrigo Viegas)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ah... se... mas, é.


Se ela fosse uma estrela
Faria o possível para tocar
Mas, no entanto, só tenho à observar;
Se ela fosse um semáforo
Não esperaria o sinal verde para avançar
Mas está tudo vermelho, não consigo alcançar;
Se ela fosse um chocolate
Não perderia tempo tirando a embalagem para degustar
Só que está na vitrine da padaria e não tenho como pagar para tê-la;
Se ela fosse uma música
Daria logo um jeito para ouvir
Sem ao menos ser lançada, ia baixar
Mas o problema é que não sei nem a letra
E começo a entender que ela está tão longe…
Eu sei, está longe até mesmo do fim
Está longe da guerra
Longe de você
Longe de mim.
Ela me disse num sonho alucinógeno
Me disse que não me entende
E eu perguntei: Por quê?
E não soube me responder
Caminhos profundos
Ser no obscuro
Medo do mundo
De você e de tudo
Que lhe cause medo
De ser, de sentir
De se fazer existir
Que seja por um segundo.

Ah Paz!

Covarde

Por quê você não vem
E enfrentar esses homens sujos
Os fazedores da guerra
Do mundo sem escrúpulos
Eu militaria com você
Se fosse tão corajosa
Quanto a minha vontade de lhe sentir. (Aline Gaia-2009)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Lhe Pertencer

O que fizeste por merecer


Como se sente ao acordar


E de repente lhe perceber


Se auto encarar


Pela singela fresta do coração


Que de tanto desprezo por si mesmo agüentar


Se jogar nos encantos da solidão.


Sentir-se feliz por ter ninguém para amar


Somente dia-a-dia se preocupar em despertar


Sair de dentro do seu frágil ser


A explosão dos coágulos que se jogam no abismo


A sensação do momento nostálgico


Do vazio


Da penumbra


O equilíbrio


A estranha ferrugem


O “eu desisto”.


Entender-te


Oh alma nobre


É impossível, pela sua abstrata grandeza


Rainha que sofre


Não entende a magnitude de sua beleza


Tu que imperaste mais que o teu próprio rei


Alma minha que retorne para o seu lar


Que aqueça o meu ser


E então faça perpetuar


Sinta o seu poder


Volte a governar


O meu estado viver!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

POESIA NA TARDE DE OUTONO

A poesia não se explica

A gente sente

As metáforas da brisa

Do sentimento pungente

Que não se explica

Da folha de outono que cai levemente

No soprar da vida!

domingo, 30 de maio de 2010

"SEJA-TE"

Vista-me as entranhas audaciosas
Com sensações desconfortantes
De surrar o que se faz de correto
O que desperta tudo que é ridículo e sincero
Humanize-me, com sentimento de guerra
A vontade de se dominar toda a parte
No momento de esquecer minha própria incapacidade
De dominar a mim mesmo e meus próprios sentimentos
Fazer crescer vontades e desejos
Aniquilar todo tipo de pensamento
Adentrar no universo do declínio
Enlouquecer  no firmamento
Com meus gritos silenciosamente protestantes
Pelas ruas e vielas vou adiante
Sinto muito em lhe dizer
A sua boa vontade nesse planeta
Não é o bastante
Não alimenta
A expectativa daquele que te domina
É sempre te ter exatamente onde você está
E nunca mais ter que procurar outro idiota
Para compor o seu lugar
Você se coloca na posição de aprendiz
E no entanto, sempre se pergunta
O que de importante nessa vida eu fiz?
E espera que outro te diga porque você existe
Para que você presta
O que lhe interessa?
Talvez um pouco de arrogância
Te propicia mais auto confiança e lhe concede certas respostas
Mas não importa, pois nada do que você fizer
Despertará a pureza que um dia fazia parte de você
Quando tinha o sublime poder de voar na fantasia de ser,
Um passaro, uma pipa, uma borboleta
Ou a figura mais real que te traduza incognitivamente:
Você ... "seja-te" sempre e sinta suas próprias dores
Porque a sua alegria sempre terá o mundo inteiro
Querendo uma parte dela.
Ao despertar no calabouço
Ao abrir portas e janelas!

domingo, 2 de maio de 2010

DIÁRIO DA DONA DA BOCA VERMELHA


A boca que encanta

No canto do ouvido

Os lábios vermelhos da moça

Que encosta no umbigo

Do homem em busca de alguém,

Que não só por sexo gasta seu dinheiro

Mas também por um ombro amigo.


O que escorre da boca

É o desejo contido

De afanar os cabelos

Daquele galante vadio.

Mas tem que ter ética agora

Pois não é ele não

É um pobre coitado na fila

Em busca de diversão.


Gasta todo seu salário

Pela boca vermelha da moça

Que em meio de tantas bocas

Se perdem em poucos beijos

Com esse alguém desconsolado

Por pagar para ser tocado

E o sexo que se paga

Tem que ser bem feito

Não importa a boca vermelha.


Quem é o seu patrão?

São todos os outros;

Que pagam para ter sempre razão

Do meu ser, do meu corpo e do meu tesão.


(Aline Gaia dedica essa poesia para as mulheres que nasceram p/ satisfazer os homens -ou não- das outras. Frisando, a profissão mais antiga do mundo, sem um pingo de respeito, nem mesmo dos que dela usufruem).

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O ENCONTRO DAS LÍNGUAS MALDITAS

ELA veio primeiro, cheia de idéias legais
ELE chegou silenciosamente, mas logo impactou o mundo
ELA roteirizou o amor
ELE se mostrou não tão convencido disso
ELA está ficando velha
ELE de tempos em tempos rejuvenesce
ELA faz o caos ficar belo
ELE faz o belo ficar lindo e feio, ridículo
ELA tem medo de errar
ELE vive de erros, aliás do improviso ele veio
ELA está sempre gostando de alguém
ELE está sempre odiando e denunciando, por isso é tão amado
ELA dentro dele nasce o encanto e a paixão
ELE sobre ela procria com emoção a criação
Pois ela sem ele não tem distorção
E ele sem ela não temm sessão!

(O cinema e a poesia, o mais tenso dos casamentos)