quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Pintor! de nada.

À sua frente uma tela de algas


Em suas mãos pincéis de penas

Das pombas brancas

Que diariamente fazem-lhe visitas

Sem ultrapassar sua janela

E a cada pouso um pedaço de si fica

Para fazer companhia ao artista solitário

À espera da inspiração

De pintar um belo quadro

Como se compõe uma linda canção.

A criação vem à tona

Numa tarde chuvosa

Pinta uma casa de peixe

Com cores de vento

Que servem para dar movimento,

O aroma das estrelas

Importante este cheiro que clareia

A fragilidade das borboletas

Para texturas de cor violeta

O contorno da gota

Para emudecer a rigidez da pintura

A decomposição dos golfinhos

Para pulsar mais ruídos

A simetria de um tronco

Para desconfigurar o contorno

E o pintor termina a sua mais completa obra,

Ao amanhecer

No exato momento em que acorda.

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