domingo, 2 de dezembro de 2012



Eu quero é um povo maduro, que sabe o que quer, sem meias verdades ou meias palavras. Quero poder entrar na vida dessa gente, sem medo ou receio de dizer o que se quer, sem manobras temáticas, de manipulação de mentes ou energéticas.
Quero poder sair com todos ou com apenas um deles, mas sem dar satisfação aos demais, quero não ter que ficar pedindo aprovação de um ou outro ou querendo atingir alguém, usando outra pessoa para tal, mesmo porque quero nunca perder a concepção de que quando vou para cama com alguém, não é só um corpo, é uma alma humana.
Quero poder desfrutar dos prazeres que a vida dá diariamente, a partir do momento em que abro meus olhos. Quero aproveitar cada segundo, mas sendo verdadeira e gentil para os demais e sobre tudo para mim mesma. Quero poder ajudar no que for preciso, mas quero que minhas ações sejam vistas com bons olhos, porque não quero perder o meu tempo calculando no sentido maquiavélico a desgraça de ninguém, porque sou wiccana e conheço a força da lei tríplice.
Por incrível que pareça, eu quero pessoas felizes ao meu lado, que me faça rir e acompanhe meu jeito palhaço de ser.
Já que Deus não me fez pássaro para voar livre no céu da liberdade, então eu quero ser livre, amar sem fronteiras, curtir a vida a doidado, mas quero que seja com muita responsabilidade para com a minha pessoa e para com os que estiverem a minha volta, porque a relação humana, seja ela de qual esfera, é delicada, é complexa, é u ó mesmo rs.
Quero encontrar alguém que faça suas escolhas e assuma o que decidiu para sua vida, que não precisa levantar bandeiras e nem anunciar na mídia suas escolhas, mas que se olhe no espelho e diga é isso que eu quero para mim e ponto final e que olhe para mim e diga, eu sei o que você representa p/ mim e sei que vc também tem seus sentimentos, suas fraquezas e seu orgulho.
Eu quero alguém comigo para caminharmos juntos e ñ quero nada e nem ninguém para mim, porque não sou proprietária nem da minha vida, quem dirá da vida dos outros. Quero pessoas inteligentes, sensíveis e espiritualizadas no meu convívio, não precisam ser acadêmicas, a inteligência não se resume "só" nisso.
Também quero agradecer as que já estão do meu lado, que não posso deixar de reconhecer isso. Não há palavras que possa expressar meu sentimento de gratidão por essas, que já são peças fundamentais para minha vida.

Enfim, entre tantos quereres eu fico por aqui, almejando um futuro mais tranquilo, sereno, maduro e sóbrio...pois partindo de mim todos esses quereres, facilita para que o universo possa trabalhar junto comigo e na justiça Divina poder conspirar a meu favor, que no sentido lógico, impactará na vida de muitos, que na qual influencio involuntariamente!!!

Mas no entanto, neste momento eu quero uma barra de Diamante Negro e adoçar de maneira bem suave o resto deste dia... = D




Aline Gaia.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Desprovidos

Todo mundo diz se preocupar
Mas ninguém participa da sua dor.
Passam por você e se vão
Como quando vê um mendigo no chão.
Indigna-se, mas não fazem nada para ajudar!

Somos todos hipócritas
Pedindo esmolas sentimentais
Mas não damos nem amor a nós mesmos.
E nos julgamos capaz
de ter pena do outro que ama demais!

Aline Gaia!

Entre olhares




Nos seus olhos entrei



E lá fiquei



Com o coração na mão



Não sei de quem



E o sabor da paixão



Eu degustei.









Em cada beijo apertado


Que eu te dei


A cada peça de roupa no chão


Que eu deixei


Nossos corpos nos chamam


E nossos olhos se tocam


No silêncio da tua boca


Nos dizeres da alma.


Na calada da noite


Teus olhos me devoram


Até a hora de domir contente.


E acordar nos braços que me abraçam!



(Aline Gaia 10/2012)

sábado, 20 de outubro de 2012

CONTEMPLAÇÃO DO SER EM QUESTÃO

Mãos dançam pelo ar submerso

Bocas se movem em angulo semi-aberto

Quase que por dizer, mas nada ao certo

Olhos se dirigem para um ponto cego

Mas ao fechá-los num gesto singelo

Desperta no outro o que estava quieto.



O fato de apenas ser não satisfaz

O que de você quer sempre mais.

A apenas existir-se e sentir-se

Olhar o que escorre do coração

Como entender?

Quantas vezes é preciso entender?

Entender o quê?



Ao olhar através das janelas fechadas

Um cenário de dor e amor

Uma borboleta que vôa

Uma criança que chora

A gentlieza do galanteador

A deselegância de um esnobe senhor

Na canção do músico de rua

Na ofensa da conservadora estúpida



A sutileza da linha tênue

A brisa das ondas sonoras

A visão sensibilizada majestosamente

A mente cheia de vazio e outroras

A péle aveludada ao deleite

A sensação da paz de costas.



Entre o céu e o inferno

Entre a cruz e o credo

Entre a parede e o martelo

Entre o distante e o mais perto

Entre o azul e o amarelo

Entre o imóvel e o inquieto

Entre a covardia e o duelo

Entre o amor e o ódio eterno

Entre a luxúria e o ser singelo

Entre a mentira e o mais sincero

Entre o homo e o hétero

Entre eu, você e todo o resto.

Está a essência excêntrica do ego

De tudo que julgamos disperso

Que na verdade é um manifesto

Da imperfeição e do incorreto.



Tem certas coisas na vida que não basta entender

É preciso ser leigo para poder viver

O conhecimento é uma arma letal de todos os tempos.

Uma ferramenta manipuladora do poder para os herdeiros

Um tormento para os gênios!
















(Aline Gaia - 2012)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DE OLHOS BEM FECHADOS

Corri a minha vida toda querendo provar para o mundo que sou capaz
Tropecei nas calçadas e paralelepípedos das palavras embaraçadas
Deixei que caísse das minhas estranhas formas de pensar no todo


Para derramar toda a hipocrisia que eram minhas, no lodo
Guspi para o alto e corri, saltei muros, passei pelos canos do esgoto
Não olhei para trás e nem para o alto, mas corri feito atleta em olimpíada
Quando pensei em parar e descansar, algo se aproximava de mim
Era a responsabilidade nua e crua dos meus atos impensados.




As consequências vieram em legiões e meteram o pé na porta
E entraram dentro da minha vida, estraçalhando a porra toda.
Fiquei em choque, queria morrer e explodir no firmamento
No desespero da dor amarga e da vontade de vencer
Comecei a reagir com os meus instintos mais primitivos
Eu estava certa ora bolas, tenho que defender a minha honra.



Afinal de contas, o ser humano fez do egoísmo a sua lei de vida mais básica!



Peguei a arma e saí atirando para todos os lados
Matando todos os meus demônios
Um por um, sem deixar rastros
Não enxergava um palmo a minha frente
Só sentia minha respiração abalada como um sopro
Como um tiro no escuro.
Percebendo que sempre havia uma luz no fim do túnel
Iluminando meus passos totalmente desconpassados
Finalmente entendi o que estava errado
Eu é que estava o tempo inteiro com meus olhos bem fechados.


 

(Aline Gaia 2012)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Semana de cão e de paz!!!


Esse final de semana foi realmente incrível para mim.
Durante a semana eu estava demasiadamente exausta, pessimista, irritada. Foi quando tudo começou a dar errado. Dinheiro que eu tinha para receber, não recebi, pessoas que eu tinha que pagar, não paguei, pessoas que eu tinha que ajudar, não ajudei e uma série de efeitos cascatas por conta do dinheiro que trabalhei por isso, mas não recebi.
E então, com a cabeça toda cheia de minhocas e pensamentos irritantes, comecei a receber cobranças de amizade, justo eu, que a levo tão a sério com todos que sabem que são meus amigos. Detesto frescurinha, mas deixo bem claro quando a pessoa é minha amiga, só que tem um porém, assim como a Gaia (Terra), não dependo de ninguém e não dou satisfação à ninguém, mas estou sempre por aí, para quem precisar de ajuda faço o possível e o impossível, mas isso é só para quem realmente me conhece. Não que eu force isso, eu simplesmente sou assim e pronto, e olha que já melhorei bastante, sei coisas terríveis à meu respeito.
            Só que tem um pequeno detalhe que nunca nos atentamos. Nós seres mortais, temos o péssimo hábito de cobrar as coisas, de cobrar as pessoas, de cobrar coisas das pessoas. Isso em todas as esferas de relação humana, seja ela familiar, profissional, amorosa e até amizade. Só que raramente nos perguntamos se estamos correspondendo com nossas atitudes, aquilo que cabe à nossa parte da relação. Talvez nem sabemos o que se passa na vida daquela pessoa para que a mesma tome tal atitude e já vamos logo tomando todas as dores, nos sentindo magoados porque tal pessoa não agiu assim comigo, do jeito que queremos ser tratados. Nossos egos são inúmeros e muito inflados e nem ao menos percebemos, até que alguém ou a própria vida nos ensine da pior maneira, nos mostrando a verdade do que somos.
            E custei a acreditar, mas ainda estou aprendendo a melhorar isso, pois foi dificil aceitar que meu ego ainda é tão inflado, tão crítico e intolerante. Mas antes eu nem percebia isso, hoje estou um pouquinho melhor, passei a enxergar tal deficiência psíquica do meu ser.
            Retornando ao relato da péssima semana, as coisas dando errado, minha cabeça co-criando problemas e o universo conspirando contra. Tive uma reunião de produção, onde nem um copo de cerveja eu bebi, nem um gole d’água tomei. Mas foi uma reunião pesada, onde só teve críticas e reclamações e mais cobranças, que a produção tem que ser isso ou aquilo, que a direção tem fazer não sei o que, porque deu errado porque a produção não sei o que mais e comecei a pensar o seguinte: mas e esses meus 5 anos de produção? E o lado bom? E a parte que deu certo? Que foi um sucesso? Que todo mundo saiu feliz? Só tinha cobranças, para variar. E então achei melhor sair de lá sem dizer uma palavra, só com o cronograma anotado para providenciar mais coisas de produção. Resolvi ir embora sem dizer nada, poque entendi que não ia adiantar explicar ou pensar numa solução para evitar a falha, porque o ego da crítica estava muito presente na mesa e eu iria me frustrar ainda mais. Ainda bem que não bebi, meu subconsciente me travou e com isso mantive meu auto-controle, porque quando eu bebo fico brava e hoje eu entendo isso, por isso quase não bebo mais, porque descobri que a paz é muito melhor e minha mente controlada por mim me propicia o sensação de pacificação.
            Saindo da reunião, fui para meu apartamento, que é um lugar que estava alugado até poucos dias. Hoje ele é meu recanto da paz, meu reduto da criação e meu refúgio. Levei para lá poucas coisas, só o sufiente para meu conforto e poder receber visitas de uma maneira mais digna, mas porém, não tem antena de tv, não tem telefone e nem acesso a internet. Propositadamente incomunicável eu fico lá, porque estamos vivendo num momento de muita informação e se você não cuidar dessas decodificações todas, você enlouquece, surta e quer matar todo mundo e depois se matar por não conseguir conviver com a culpa de se tornar um assassino que o excesso de informação transformou (risos).
            No meu “recanto da paz”, acendi incensos e palo santo, depois coloquei umas músicas de meditação (mantras), iluminei o quarto com luz verde, fechei os olhos e comecei a meditar, abrindo meus chackras e pedindo para a espiritualidade me ajudar neste momento irritante que eu estava vivenciando.
            Confesso que estava rebelde, um acesso de fúria induzida estava me tomando, tanto que a Madrinha do Templo Xamânico perguntou seu eu iria no trabalho espiritual que quinzenalmente é realizado no sítio e disse que não iria, estava convícta disto e ela sabiamente compreendeu e me desejou um bom final de semana.
            Durante a meditação eu recebi algumas visitas (espiritualidade), onde elas me instruiam e me aconselhavam, dizendo que minha presença ao trabalho seria muito importante, cujo tema era a “Cura do Planeta”. Me pediram para acalmar meu espírito, esvaziar minha mente e estufar meu peito. Que todos os pontos de luz que existem na Terra, é importante para a Cura do Planeta e que precisamos nos conectar cada vez mais e parar com esse egoísmo de que “a minha dor é mais cruel, por isso estou no direito de me fechar para o mundo”. Eu entendi perfeitamente o aprendizado e no dia seguinte resolvi ir ao trabalho espiritual fazer minha parte pelo Planeta, que na verdade é por nós mesmos. A Terra quando der os 5 minutos nela e ela dar uma sacudida na poeira, nós deixaremos de existir num sopro de vento, agora nós sem a mãe Gaia, tão querida mas nada valorizada, não somos absolutamente nada.
            Fui repentinamente e cheguei lá no sítio de repente, foi como a primeira vez que fui lá, peguei minha mochila e fui, sozinha mesmo. Sem falar nada com ninguém e ponto final.
            O trabalho foi fortíssimo, tive várias mirações, mas infelizmente não eram boas, eu vi a parte triste da natureza, a parte afetada pelos seres humanos e é impressionante, pode parecer piegas, mas onde o ser humano toca, acaba com tudo, com toda a beleza, com toda a riqueza da natureza e até da parte cósmica do lugar. O ser humano é uma espécie de lava, de verme, só que não percebemos isso. Vi o lodo da Terra e os seres humanos usufuindo dessa podridão toda, uma coisa horrorosa mesmo. Eu olhava para a Madrinha e não conseguia dizer mais nada além de “nossa Anete que horror, que horror meu Deus” e ela apenas respondia com o olhar “ É minha filha, é isso mesmo que você está vendo”.
            No domingo, cheguei cedo no meu “recanto da paz”, por volta de 13h00 e tomei um banho e capotei. Quando foi 18h00 resolvi sair sem destino e sem programação, sozinha pelas ruas da paulista, resolvi assistir um filme, o “Intocáveis”, um filme francês com direção de Eric Toledano, um filme belíssimo que é baseado em fatos reais, que conta a história de superação e amizade verdadeira. Onde tinha um homem riquíssimo, super culto, tinha tudo o que você imaginar, um homem generoso, conhecedor e amante da arte lírica partindo da música erudita e clássica à pinturas abstratas e literatura. Mas era tetraplético, vivia na cadeira de rodas e seu prazer sexual se restringia quando lhes tocavam e massageavam as orelhas. E ele estava selecionando um assistente para que pudesse conviver com ele 24hs por dia. E então tinha vários condidatos, cultos e espcializados com vários diplonas de assistência social e uma porrada de formações. Todos bem vestidos de terno, pastinha de couro na mão e detalhe, todos eram da cor branca, e tinha no meio deles algo se destacava, ñ só pela, mas também pelos trajes, era um negro enorme e não estava bem vestido como os demais, o nome dele é Driss, ele jamais pensou que pudesse conquistar aquela vaga, ele só queria mesmo era a droga da assinatura de concorrer a vaga para poder apresentar ao Ministério do Trabalho e garantir o seguro desemprego. Mas o Fhillipe (o senhor rico), adorou ele, porque foi o único que o tratou sem demonstrar pena ou ficar comovido, fizeram uma aposta de que Driss não aguentaria ficar 2 semanas como assistente dele e no fim Driss e Phillipe se tornaram grandes amigos, viveram os momentos maravilhosos de grandes irmãos. Driss aprendeu artes e a sensibilidade da maturidade, Philippe aprendeu a se divertir mais com os imprevistos da vida, um passou o que tinha melhor e de pior para o outro e ambos se modificaram para sempre, tornando-se um eterno ing hang, Fhilippe casou-se e teve 2 filhas e Driss abriu sua própria empresa, casou e teve dois filhos. Isso serviu como uma lição para mim e acredito que para muita gente naquela sala de cinema.
            Quando você pensa que está tudo errado, na verdade é a coisa mais certa que você está fazendo em toda a sua vida.
            Quando você pensa que não vive sem facebook, sem torpedos ilimitados, sem telefone com planos do tipo “fale a vontade”, sem pessoas falando excessivamente, querendo que você se convença de que ela está certa e todas a pessoas falando ao mesmo tempo, uma mais alto que a outra, mostrando que está mais feliz que você, que o pau dela é maior que o seu, é quando você se desliga de tudo isso que você realmente se torna um ser vivo dentro de sí, e que certamente impacta em todo o sistema caótico da (des)informação excessiva e frenética. Sua mente fica em paz. Eu estou em paz agora!!!
            

domingo, 7 de outubro de 2012

Somente Somos!






Passeando no vago destino incerto
No silêncio da esquina tumultuada
Multidões, multidões, multidões...
No vazio profundo
Silêncio, Silêncio, Silêncio...
Não me basta apenas falar
Quero ouvir o silêncio
O toc toc dos sapatos apressados
Não quero saber da evolução da espécie
Da extinção dos animais
Da teoria do caos
De apenas concepções e filosofias
Não quero saber de mais nada
Que não seja o nada
Simplesmente porque nunca teremos respostas.
Portanto abonarei as perguntas
Para justamente não querer saber
De respostas especulativas
De pessoas que se dizem intelectuais
Porque eu, simplesmente, assim como você
Sou um animal
A diferença dos irracionais
É que somos educados à esconder nossas fraquezas
E aniquilar nossos instintos primitivos.
Transformar a vida num cotidiano exemplar, de fazer dinheiro
Modular os sonhos como algo promissor
Parecido com o funcionário do mês
Fazer com que o simples desejo
Seja apenas um momento ínfimo de loucura
E que o instinto seja hábito de um ser réprobo.
E que eu e você, sejamos grandes amigos
De um site de relacionamento qualquer.
E cada vez mais nos tornarmos estranhos
Pois somente a boa aparencia é o suficiente.
Por isso, não preciso saber de nada, já somos condicionados
À sermos o que somos e basta!
Algo que não ultrapasse meu limiar de consciência.
Coisa que não aparente nítido e nem induzido.
Que, por fim, irá postergar meu estado de espírito puro
Para o objetivo enlouquecedor da felicidade eterna
E a liberdade subjetivada, numa febre alucinativa dos momentos de paz!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Ao escrever meus versos tortos e desajeitados, a cada sílaba, palavra e frase. Muitas vezes predicados sem sujeitos, sem análises sintáticas ou morfológicas, pois sabendo que a palavra desempenha seus vários papéis, procuro torná-la romântica, patética, cruel, suburbana, elitizada 
por fim…
   
poética.

Assim sendo, as vírgulas, acentos, caracteres e regras gramaticais são de mim os prisioneiros mais libertários que eu possa conhecer e ponto final 


(Aline Gaia, 2012)



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Há tudo por fazer


O dia começou logo cedo
Abrir os olhos, olhar ao redor
Levantar e encarar a janela
Abrir a porta e sentir o cheiro do dia
Do orvalho, da manhã cinzenta e do ar renovado
Olhar paredes brancas amareladas
Contemplar um pássaro cantor na gaiola prateada
Ver as pessoas andarem apressadamente
Que não enxergam uma pequena flor em meio ao asfalto
Nem se quer reparou que eu estava ali do seu lado
Na varanda de pijama e uma caneca de café com leite na mão
O dia começou logo cedo
E eu sem saber por onde começar a viver esse dia
Não fiz planos mirabolantes e nem mesquinhos
Não esperei nenhum convite e nenhuma mensagem
Não continuei sonhando coisas belas como sempre o fiz
Não tive esperanças de encontrar pessoas suaves e sóbrias
Não fiz nenhuma prece para que o amor prevaleça entre os humanos
Não procurei olhar o lado bom das coisas
Não olhei absolutamente nada nem minha e nem de ninguém
A única coisa que consigo perceber é a cegueira que vai se perpetuando
É a ganância, ignorância, repugnância, irrelevância e desconfiança.
Isso me deixou num buraco fundo e sem fim, numa grande escuridão
Não consigo enxergar a luz das estrelas lá de baixo
Então comecei a escalar o buraco fundo novamente
Preciso fazer tudo de novo
Aprender todas as coisas mais uma vez
Olhar diferente para as coisas óbvias
Caí dez degraus dentro de mim
Então percebi que nada eu ainda fiz
Ainda há tudo por fazer.


(A.G –09/ 2012)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ensinamentos de Hoasca




Alcançar a última estrela do céu iluminado
Despir-se moralmente com a brisa que sopra em teus cabelos
Mergulhar na imensidão do furacão adormecido à centenas de anos
Passear entre plantas e árvores que fazem parte dos seus maiores jardins encantados
Sobre voar pessoas, cidades, aldeias, usinas, aeronaves e corações aborrecidos
Ensopar-se no oceano de lágrimas salgadas de Iemanjá por amores temidos
Deixar a língua molhar com gotículas da chuva de vários céus estrelados

Nadar com a corrente do rio carregado de peixes, pedras e seres vivos molhados
Deixar os pássaros cantarolar o dia todo, fazendo orquestras em seus ávidos ouvidos
Aprender com as formigas a disciplina, organização e zelo por seus trabalhos
Permitir que as abelhas  apresentem suas colméias e fidelidade à seus aliados
Virar uma borboleta e saltitar no ar límpido e delicadamente pousar nos galhos
Derreter-se no fogo escaldante até virar cinzas e renascer iluminando seus passos
Estremecer tudo ao redor, na fúria tranqüilizante satisfazendo-se de terremotos
Não desonrar seus ancestrais que tanto trabalharam por nossos tempos modernos.

Fechar os olhos e sentir a música do mundo
Abrir os braços e deixar vir o afeto
Despertar o coração para a compaixão ao próximo
Mostrar os dentes apenas para sorrir gostoso
Olhar sempre adiante e para o alvo
Permanecer cada vez mais em silencio
Não perder a calma e ser sempre atento
Viver dia após dia honestamente consigo mesmo
Oferecer aos amigos, teu ombro, abrigo e respeito.

Enfim, fazer da vida uma escola
Não se permitir aprender com a dor
Pois mesmo sem entender a minha escolha
Eu prefiro o AMOR!

Aline Gaia 27/02/2012 – 01h00)

Sintomas desencarnados



Olha só esse céu
Aberto
Como abaixo do véu
Discreto

Seu rosto coberto de dor
No jeito
Seu aroma não exala amor
No cheiro

O choro declara a sensação
Do declínio
O som que emite o coração
Do silêncio

É tempo de despertar
Espírito
Não dá mais para ficar...

De volta ao início...

(Aline Gaia 26/02/2012 – 23:50)