sexta-feira, 9 de julho de 2010

Você pode estar num mar de gente e ninguém te dá bom dia


Mas esse vai até a margem p/ te tocar e então, assim como o amor bandido, faz envolver-te em orgásticas nostalgias.
Depois vai embora...mas sempre volta!

domingo, 4 de julho de 2010

A fuga e o Escondedouro: Fases e Facetas de Julietta Damasceno

Parte II (insônia)

       Era madrugada, não tão fria como nas habituais estações de inverno. Julietta tinha muita coisa para fazer, muitas outras para pensar. Ela precisava contar com um amigo, exteriorizar todos os seus demônios, estrangular suas angústias, esquecer seus pontos de vista, perder o medo das pessoas. Talvez, pelo menos uma única vez na vida, se apaixonar por alguém, mesmo que esse alguém seja a si própria.

       Mas isso são pensamentos que só ocorrem em madrugadas de insônias, pois sempre há o pensamento de que amanhã é outro dia, e tudo isso vai passar, ou o contrário, alguma coisa acontecerá em tua vida medíocre e cheia de medos, talvez herdados de uma outra vida, ou dessa mesma, no processo de sua formação fetal. Não se sabe ao certo, as pessoas simplesmente tem seus traumas, mesmo sem perceber. E o de Julietta são as pessoas, parece que por ela, ao conhecer alguém, adentra profundamente nos olhos, tanto no direito como no globo ocular esquerdo, das pessoas. Parece que ela consegue dialogar com a alma das mesmas, ou a sua própria imaginação desenha certos desconfortos áuricos. Mas ela também consegue ver coisas boas, mas antes de qualquer sentimento, ela se afasta para não ter mais medo de ninguém, ter sempre a lembrança de ter conhecido uma pessoa muito bacana, e só se tem essa lembrança quando não se convive muito tempo com ela.

       Outra hipótese, é que Julietta não tem muita paciência de se relacionar, talvez pudesse pular a fase de “se conhecerem melhor”, e ir direto para as questões mais práticas, do tipo, fala logo o seu defeito, porque o que você tem de melhor eu posso ver através do seu perfil no Orkut, no facebook e qualquer outras mídias sociais que a internet disponibiliza. Até porque a decepção ameniza um pouco. Talvez também o fato de, não ter que conquistar a mãe, o pai, o irmão, a irmã, o primo, a melhor amiga de família que estudou com a tia desde a 1ª série etc etc etc. Mas como dizem, faz parte do processo da relação humana de uma sociedade desde os "seus primórdios e até hoje em dia em que o homem ainda faz o que os macacos faziam", a única questão é: Julietta não é normal, e ela não faz a menor questão de ser qualquer coisa, tampouco normal, mediana ou previsível...



Continua...