sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Desprovidos

Todo mundo diz se preocupar
Mas ninguém participa da sua dor.
Passam por você e se vão
Como quando vê um mendigo no chão.
Indigna-se, mas não fazem nada para ajudar!

Somos todos hipócritas
Pedindo esmolas sentimentais
Mas não damos nem amor a nós mesmos.
E nos julgamos capaz
de ter pena do outro que ama demais!

Aline Gaia!

Entre olhares




Nos seus olhos entrei



E lá fiquei



Com o coração na mão



Não sei de quem



E o sabor da paixão



Eu degustei.









Em cada beijo apertado


Que eu te dei


A cada peça de roupa no chão


Que eu deixei


Nossos corpos nos chamam


E nossos olhos se tocam


No silêncio da tua boca


Nos dizeres da alma.


Na calada da noite


Teus olhos me devoram


Até a hora de domir contente.


E acordar nos braços que me abraçam!



(Aline Gaia 10/2012)

sábado, 20 de outubro de 2012

CONTEMPLAÇÃO DO SER EM QUESTÃO

Mãos dançam pelo ar submerso

Bocas se movem em angulo semi-aberto

Quase que por dizer, mas nada ao certo

Olhos se dirigem para um ponto cego

Mas ao fechá-los num gesto singelo

Desperta no outro o que estava quieto.



O fato de apenas ser não satisfaz

O que de você quer sempre mais.

A apenas existir-se e sentir-se

Olhar o que escorre do coração

Como entender?

Quantas vezes é preciso entender?

Entender o quê?



Ao olhar através das janelas fechadas

Um cenário de dor e amor

Uma borboleta que vôa

Uma criança que chora

A gentlieza do galanteador

A deselegância de um esnobe senhor

Na canção do músico de rua

Na ofensa da conservadora estúpida



A sutileza da linha tênue

A brisa das ondas sonoras

A visão sensibilizada majestosamente

A mente cheia de vazio e outroras

A péle aveludada ao deleite

A sensação da paz de costas.



Entre o céu e o inferno

Entre a cruz e o credo

Entre a parede e o martelo

Entre o distante e o mais perto

Entre o azul e o amarelo

Entre o imóvel e o inquieto

Entre a covardia e o duelo

Entre o amor e o ódio eterno

Entre a luxúria e o ser singelo

Entre a mentira e o mais sincero

Entre o homo e o hétero

Entre eu, você e todo o resto.

Está a essência excêntrica do ego

De tudo que julgamos disperso

Que na verdade é um manifesto

Da imperfeição e do incorreto.



Tem certas coisas na vida que não basta entender

É preciso ser leigo para poder viver

O conhecimento é uma arma letal de todos os tempos.

Uma ferramenta manipuladora do poder para os herdeiros

Um tormento para os gênios!
















(Aline Gaia - 2012)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DE OLHOS BEM FECHADOS

Corri a minha vida toda querendo provar para o mundo que sou capaz
Tropecei nas calçadas e paralelepípedos das palavras embaraçadas
Deixei que caísse das minhas estranhas formas de pensar no todo


Para derramar toda a hipocrisia que eram minhas, no lodo
Guspi para o alto e corri, saltei muros, passei pelos canos do esgoto
Não olhei para trás e nem para o alto, mas corri feito atleta em olimpíada
Quando pensei em parar e descansar, algo se aproximava de mim
Era a responsabilidade nua e crua dos meus atos impensados.




As consequências vieram em legiões e meteram o pé na porta
E entraram dentro da minha vida, estraçalhando a porra toda.
Fiquei em choque, queria morrer e explodir no firmamento
No desespero da dor amarga e da vontade de vencer
Comecei a reagir com os meus instintos mais primitivos
Eu estava certa ora bolas, tenho que defender a minha honra.



Afinal de contas, o ser humano fez do egoísmo a sua lei de vida mais básica!



Peguei a arma e saí atirando para todos os lados
Matando todos os meus demônios
Um por um, sem deixar rastros
Não enxergava um palmo a minha frente
Só sentia minha respiração abalada como um sopro
Como um tiro no escuro.
Percebendo que sempre havia uma luz no fim do túnel
Iluminando meus passos totalmente desconpassados
Finalmente entendi o que estava errado
Eu é que estava o tempo inteiro com meus olhos bem fechados.


 

(Aline Gaia 2012)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Semana de cão e de paz!!!


Esse final de semana foi realmente incrível para mim.
Durante a semana eu estava demasiadamente exausta, pessimista, irritada. Foi quando tudo começou a dar errado. Dinheiro que eu tinha para receber, não recebi, pessoas que eu tinha que pagar, não paguei, pessoas que eu tinha que ajudar, não ajudei e uma série de efeitos cascatas por conta do dinheiro que trabalhei por isso, mas não recebi.
E então, com a cabeça toda cheia de minhocas e pensamentos irritantes, comecei a receber cobranças de amizade, justo eu, que a levo tão a sério com todos que sabem que são meus amigos. Detesto frescurinha, mas deixo bem claro quando a pessoa é minha amiga, só que tem um porém, assim como a Gaia (Terra), não dependo de ninguém e não dou satisfação à ninguém, mas estou sempre por aí, para quem precisar de ajuda faço o possível e o impossível, mas isso é só para quem realmente me conhece. Não que eu force isso, eu simplesmente sou assim e pronto, e olha que já melhorei bastante, sei coisas terríveis à meu respeito.
            Só que tem um pequeno detalhe que nunca nos atentamos. Nós seres mortais, temos o péssimo hábito de cobrar as coisas, de cobrar as pessoas, de cobrar coisas das pessoas. Isso em todas as esferas de relação humana, seja ela familiar, profissional, amorosa e até amizade. Só que raramente nos perguntamos se estamos correspondendo com nossas atitudes, aquilo que cabe à nossa parte da relação. Talvez nem sabemos o que se passa na vida daquela pessoa para que a mesma tome tal atitude e já vamos logo tomando todas as dores, nos sentindo magoados porque tal pessoa não agiu assim comigo, do jeito que queremos ser tratados. Nossos egos são inúmeros e muito inflados e nem ao menos percebemos, até que alguém ou a própria vida nos ensine da pior maneira, nos mostrando a verdade do que somos.
            E custei a acreditar, mas ainda estou aprendendo a melhorar isso, pois foi dificil aceitar que meu ego ainda é tão inflado, tão crítico e intolerante. Mas antes eu nem percebia isso, hoje estou um pouquinho melhor, passei a enxergar tal deficiência psíquica do meu ser.
            Retornando ao relato da péssima semana, as coisas dando errado, minha cabeça co-criando problemas e o universo conspirando contra. Tive uma reunião de produção, onde nem um copo de cerveja eu bebi, nem um gole d’água tomei. Mas foi uma reunião pesada, onde só teve críticas e reclamações e mais cobranças, que a produção tem que ser isso ou aquilo, que a direção tem fazer não sei o que, porque deu errado porque a produção não sei o que mais e comecei a pensar o seguinte: mas e esses meus 5 anos de produção? E o lado bom? E a parte que deu certo? Que foi um sucesso? Que todo mundo saiu feliz? Só tinha cobranças, para variar. E então achei melhor sair de lá sem dizer uma palavra, só com o cronograma anotado para providenciar mais coisas de produção. Resolvi ir embora sem dizer nada, poque entendi que não ia adiantar explicar ou pensar numa solução para evitar a falha, porque o ego da crítica estava muito presente na mesa e eu iria me frustrar ainda mais. Ainda bem que não bebi, meu subconsciente me travou e com isso mantive meu auto-controle, porque quando eu bebo fico brava e hoje eu entendo isso, por isso quase não bebo mais, porque descobri que a paz é muito melhor e minha mente controlada por mim me propicia o sensação de pacificação.
            Saindo da reunião, fui para meu apartamento, que é um lugar que estava alugado até poucos dias. Hoje ele é meu recanto da paz, meu reduto da criação e meu refúgio. Levei para lá poucas coisas, só o sufiente para meu conforto e poder receber visitas de uma maneira mais digna, mas porém, não tem antena de tv, não tem telefone e nem acesso a internet. Propositadamente incomunicável eu fico lá, porque estamos vivendo num momento de muita informação e se você não cuidar dessas decodificações todas, você enlouquece, surta e quer matar todo mundo e depois se matar por não conseguir conviver com a culpa de se tornar um assassino que o excesso de informação transformou (risos).
            No meu “recanto da paz”, acendi incensos e palo santo, depois coloquei umas músicas de meditação (mantras), iluminei o quarto com luz verde, fechei os olhos e comecei a meditar, abrindo meus chackras e pedindo para a espiritualidade me ajudar neste momento irritante que eu estava vivenciando.
            Confesso que estava rebelde, um acesso de fúria induzida estava me tomando, tanto que a Madrinha do Templo Xamânico perguntou seu eu iria no trabalho espiritual que quinzenalmente é realizado no sítio e disse que não iria, estava convícta disto e ela sabiamente compreendeu e me desejou um bom final de semana.
            Durante a meditação eu recebi algumas visitas (espiritualidade), onde elas me instruiam e me aconselhavam, dizendo que minha presença ao trabalho seria muito importante, cujo tema era a “Cura do Planeta”. Me pediram para acalmar meu espírito, esvaziar minha mente e estufar meu peito. Que todos os pontos de luz que existem na Terra, é importante para a Cura do Planeta e que precisamos nos conectar cada vez mais e parar com esse egoísmo de que “a minha dor é mais cruel, por isso estou no direito de me fechar para o mundo”. Eu entendi perfeitamente o aprendizado e no dia seguinte resolvi ir ao trabalho espiritual fazer minha parte pelo Planeta, que na verdade é por nós mesmos. A Terra quando der os 5 minutos nela e ela dar uma sacudida na poeira, nós deixaremos de existir num sopro de vento, agora nós sem a mãe Gaia, tão querida mas nada valorizada, não somos absolutamente nada.
            Fui repentinamente e cheguei lá no sítio de repente, foi como a primeira vez que fui lá, peguei minha mochila e fui, sozinha mesmo. Sem falar nada com ninguém e ponto final.
            O trabalho foi fortíssimo, tive várias mirações, mas infelizmente não eram boas, eu vi a parte triste da natureza, a parte afetada pelos seres humanos e é impressionante, pode parecer piegas, mas onde o ser humano toca, acaba com tudo, com toda a beleza, com toda a riqueza da natureza e até da parte cósmica do lugar. O ser humano é uma espécie de lava, de verme, só que não percebemos isso. Vi o lodo da Terra e os seres humanos usufuindo dessa podridão toda, uma coisa horrorosa mesmo. Eu olhava para a Madrinha e não conseguia dizer mais nada além de “nossa Anete que horror, que horror meu Deus” e ela apenas respondia com o olhar “ É minha filha, é isso mesmo que você está vendo”.
            No domingo, cheguei cedo no meu “recanto da paz”, por volta de 13h00 e tomei um banho e capotei. Quando foi 18h00 resolvi sair sem destino e sem programação, sozinha pelas ruas da paulista, resolvi assistir um filme, o “Intocáveis”, um filme francês com direção de Eric Toledano, um filme belíssimo que é baseado em fatos reais, que conta a história de superação e amizade verdadeira. Onde tinha um homem riquíssimo, super culto, tinha tudo o que você imaginar, um homem generoso, conhecedor e amante da arte lírica partindo da música erudita e clássica à pinturas abstratas e literatura. Mas era tetraplético, vivia na cadeira de rodas e seu prazer sexual se restringia quando lhes tocavam e massageavam as orelhas. E ele estava selecionando um assistente para que pudesse conviver com ele 24hs por dia. E então tinha vários condidatos, cultos e espcializados com vários diplonas de assistência social e uma porrada de formações. Todos bem vestidos de terno, pastinha de couro na mão e detalhe, todos eram da cor branca, e tinha no meio deles algo se destacava, ñ só pela, mas também pelos trajes, era um negro enorme e não estava bem vestido como os demais, o nome dele é Driss, ele jamais pensou que pudesse conquistar aquela vaga, ele só queria mesmo era a droga da assinatura de concorrer a vaga para poder apresentar ao Ministério do Trabalho e garantir o seguro desemprego. Mas o Fhillipe (o senhor rico), adorou ele, porque foi o único que o tratou sem demonstrar pena ou ficar comovido, fizeram uma aposta de que Driss não aguentaria ficar 2 semanas como assistente dele e no fim Driss e Phillipe se tornaram grandes amigos, viveram os momentos maravilhosos de grandes irmãos. Driss aprendeu artes e a sensibilidade da maturidade, Philippe aprendeu a se divertir mais com os imprevistos da vida, um passou o que tinha melhor e de pior para o outro e ambos se modificaram para sempre, tornando-se um eterno ing hang, Fhilippe casou-se e teve 2 filhas e Driss abriu sua própria empresa, casou e teve dois filhos. Isso serviu como uma lição para mim e acredito que para muita gente naquela sala de cinema.
            Quando você pensa que está tudo errado, na verdade é a coisa mais certa que você está fazendo em toda a sua vida.
            Quando você pensa que não vive sem facebook, sem torpedos ilimitados, sem telefone com planos do tipo “fale a vontade”, sem pessoas falando excessivamente, querendo que você se convença de que ela está certa e todas a pessoas falando ao mesmo tempo, uma mais alto que a outra, mostrando que está mais feliz que você, que o pau dela é maior que o seu, é quando você se desliga de tudo isso que você realmente se torna um ser vivo dentro de sí, e que certamente impacta em todo o sistema caótico da (des)informação excessiva e frenética. Sua mente fica em paz. Eu estou em paz agora!!!
            

domingo, 7 de outubro de 2012

Somente Somos!






Passeando no vago destino incerto
No silêncio da esquina tumultuada
Multidões, multidões, multidões...
No vazio profundo
Silêncio, Silêncio, Silêncio...
Não me basta apenas falar
Quero ouvir o silêncio
O toc toc dos sapatos apressados
Não quero saber da evolução da espécie
Da extinção dos animais
Da teoria do caos
De apenas concepções e filosofias
Não quero saber de mais nada
Que não seja o nada
Simplesmente porque nunca teremos respostas.
Portanto abonarei as perguntas
Para justamente não querer saber
De respostas especulativas
De pessoas que se dizem intelectuais
Porque eu, simplesmente, assim como você
Sou um animal
A diferença dos irracionais
É que somos educados à esconder nossas fraquezas
E aniquilar nossos instintos primitivos.
Transformar a vida num cotidiano exemplar, de fazer dinheiro
Modular os sonhos como algo promissor
Parecido com o funcionário do mês
Fazer com que o simples desejo
Seja apenas um momento ínfimo de loucura
E que o instinto seja hábito de um ser réprobo.
E que eu e você, sejamos grandes amigos
De um site de relacionamento qualquer.
E cada vez mais nos tornarmos estranhos
Pois somente a boa aparencia é o suficiente.
Por isso, não preciso saber de nada, já somos condicionados
À sermos o que somos e basta!
Algo que não ultrapasse meu limiar de consciência.
Coisa que não aparente nítido e nem induzido.
Que, por fim, irá postergar meu estado de espírito puro
Para o objetivo enlouquecedor da felicidade eterna
E a liberdade subjetivada, numa febre alucinativa dos momentos de paz!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Ao escrever meus versos tortos e desajeitados, a cada sílaba, palavra e frase. Muitas vezes predicados sem sujeitos, sem análises sintáticas ou morfológicas, pois sabendo que a palavra desempenha seus vários papéis, procuro torná-la romântica, patética, cruel, suburbana, elitizada 
por fim…
   
poética.

Assim sendo, as vírgulas, acentos, caracteres e regras gramaticais são de mim os prisioneiros mais libertários que eu possa conhecer e ponto final 


(Aline Gaia, 2012)