quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DE OLHOS BEM FECHADOS

Corri a minha vida toda querendo provar para o mundo que sou capaz
Tropecei nas calçadas e paralelepípedos das palavras embaraçadas
Deixei que caísse das minhas estranhas formas de pensar no todo


Para derramar toda a hipocrisia que eram minhas, no lodo
Guspi para o alto e corri, saltei muros, passei pelos canos do esgoto
Não olhei para trás e nem para o alto, mas corri feito atleta em olimpíada
Quando pensei em parar e descansar, algo se aproximava de mim
Era a responsabilidade nua e crua dos meus atos impensados.




As consequências vieram em legiões e meteram o pé na porta
E entraram dentro da minha vida, estraçalhando a porra toda.
Fiquei em choque, queria morrer e explodir no firmamento
No desespero da dor amarga e da vontade de vencer
Comecei a reagir com os meus instintos mais primitivos
Eu estava certa ora bolas, tenho que defender a minha honra.



Afinal de contas, o ser humano fez do egoísmo a sua lei de vida mais básica!



Peguei a arma e saí atirando para todos os lados
Matando todos os meus demônios
Um por um, sem deixar rastros
Não enxergava um palmo a minha frente
Só sentia minha respiração abalada como um sopro
Como um tiro no escuro.
Percebendo que sempre havia uma luz no fim do túnel
Iluminando meus passos totalmente desconpassados
Finalmente entendi o que estava errado
Eu é que estava o tempo inteiro com meus olhos bem fechados.


 

(Aline Gaia 2012)

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