A boca que encanta
No canto do ouvido
Os lábios vermelhos da moça
Que encosta no umbigo
Do homem em busca de alguém,
Que não só por sexo gasta seu dinheiro
Mas também por um ombro amigo.
O que escorre da boca
É o desejo contido
De afanar os cabelos
Daquele galante vadio.
Mas tem que ter ética agora
Pois não é ele não
É um pobre coitado na fila
Em busca de diversão.
Gasta todo seu salário
Pela boca vermelha da moça
Que em meio de tantas bocas
Se perdem em poucos beijos
Com esse alguém desconsolado
Por pagar para ser tocado
E o sexo que se paga
Tem que ser bem feito
Não importa a boca vermelha.
Quem é o seu patrão?
São todos os outros;
Que pagam para ter sempre razão
Do meu ser, do meu corpo e do meu tesão.
(Aline Gaia dedica essa poesia para as mulheres que nasceram p/ satisfazer os homens -ou não- das outras. Frisando, a profissão mais antiga do mundo, sem um pingo de respeito, nem mesmo dos que dela usufruem).
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