terça-feira, 17 de março de 2015

chamar-TE

Meu maior medo é ver morrer toda essa chama
Que me escalda, me tortura
Todo o calor que emana
Me enlouquece
Destrói a sensação estranha
Me aquece
Sufocando-me as entranhas
Me entorpece
Num estado alterado de consciência
Me enobrece
E como és fogo dono de sí
Me entristece
Para lembrar-me dos dias ruins sem tí
Porque o excesso de frio 
Distancia uns dos outros
No processo da mente
O calor em demasia 
Não nos permite tocar
Por mais que tente

Pois contrariada que sou
De minhas próprias escolhas  e opiniões
Ainda dou murro em ponta de faca
Faço da ARTE a minha morada.
É como a chama que acende e depois apaga
E num grito de dor 
Numa risada rasa
Olho na ponta da escada
Percebo uma luz
Desço todos os degraus
Encontro a chama lá onde tudo é nebuloso

Pego-a na mão
Olho os degraus que já desci
Segurando essa chama retorno de onde vim
Mas agora com mais sapiência 
Admito que aprendi coisas no caminho até ali
Mas cada vez que retorno para o ultimo degrau da escada para apanhar a chama
Ao retornar para topo estendo a mão e dou carona
Para os que queiram seguir em frente, ser um grande guerreiro 
Oferecer luz e conhecimento
Através da arte que filtra os medos, as fúrias e a ignorância
Me ajudem a carregar essa chama e proliferar a inteligência na imensidão
Segurando-a delicadamente e muito sutil
Na altura do coração.
Foto de Murilo Leite


A ARTE é como a chama
tem sua própria manifestação
Ou ela te põe no céu
Ou ela te põe no chão
Com a chama sempre acesa
Nenhuma arte foi, é ou será em vão!


Aline Gaia!
03/2015

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